sexta-feira, 24 de abril de 2015



As flores raras de nossas vidas estão sempre por perto, porém, nem sempre lhe damos o amor e dedicação necessárias para que permeação perto de nós.

Conta-se que havia uma jovem que tinha tudo, um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe rendia um bom salário e uma família unida.

O problema é que ela não conseguia conciliar tudo. O trabalho e os afazeres lhe ocupavam quase todo tempo e ela estava sempre em débito em alguma área. Se o trabalho lhe consumia tempo demais, ela tirava dos filhos, se surgiam imprevistos, ela deixava de lado o marido...

E assim, as pessoas que ela amava eram deixadas para depois até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente:

Uma flor muito rara, da qual só havia um exemplar em todo o mundo.

O pai lhe entregou o vaso com a flor e lhe disse: filha, esta flor vai lhe ajudar muito mais do que você imagina!

Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, e, às vezes, conversar um pouquinho com ela. Se assim fizer, ela enfeitará sua casa e lhe dará em troca esse perfume maravilhoso. A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era de uma beleza sem igual.

Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.

Ela chegava em casa, e as flores ainda estavam lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto.

Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu. Ela chegou em casa e levou um susto!

A planta, antes exuberante, estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores murchas e as folhas amareladas.

A jovem chorou muito, e contou ao pai o que havia acontecido.

Seu pai então respondeu: eu já imaginava que isso aconteceria, e, infelizmente, não posso lhe dar outra flor, porque não existe outra igual a essa. Ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família.

Todos são bênçãos que o senhor lhe deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos também morrem.

Você se acostumou a ver a flor sempre lá, sempre viçosa, sempre perfumada, e se esqueceu de cuidar dela.

Por fim, o pai amoroso e sábio concluiu:

Filha! Cuide das pessoas que você ama!

E você, tem cuidado das flores raras que Deus lhe empresta, em forma de filhos, esposa, esposo, irmãos e outros familiares?

Lembre-se sempre que seus amores são flores únicas que lhe compete cuidar.

Problemas surgem. O trabalho pode ser feito mais tarde. Compromissos sociais podem ser adiados, mas os filhos dependem dos seus cuidados constantes para que não venham a fenecer...

Pense nisso!

Cada pessoa é uma flor única...

Não há no universo outra igual...

O Divino cultivador as deposita em nosso lar, confiando-as aos nossos cuidados.

E para que essas flores raras possam perfumar sempre o ambiente, ofertando-nos sua beleza, é preciso que as podemos de vez em quando, e as reguemos todos os dias com gotas de afeto e compreensão. M.E

A insatisfação


A insatisfação é a principal motivadora do progresso. Thomas Edison

Reflitam...

O pensamento que intitula esta reflexão é de Guimarães Rosa, e encerra, por trás de aparente obviedade, um profundo alerta existencial.

O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital, toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão.

Rende-se assim à sedução do repouso e imobiliza-se na perigosa acomodação.

A advertência é preciosa pois, segundo o pensador Mario Sérgio Cortella, que aborda o tema, a satisfação conclui, encerra, termina.

A satisfação não deixa margem para a continuidade, para prosseguimento, para a persistência, para desdobramento.

A satisfação acalma, limita, amortece.

Diz ainda, que, quando alguém nos fala: Fiquei muito satisfeito com você ou Estou muito satisfeito com seu trabalho, é algo assustador.

Explica ele que tal expressão pode ser entendida como uma barreira ao crescimento, dizendo que nada mais de nós desejam, ou que aquele é nosso limite, nossa possibilidade.

O está bom como está pode ser um grande cerceador da evolução, pois pode nos acomodar à situação atual.

Segundo ele, seria muito melhor ouvir a seguinte expressão: Seu trabalho é bom mas fiquei insatisfeito, e portanto, quero conhecer outras coisas.

Percebamos que ele se utiliza da expressão insatisfeito, não para criticar ou depreciar o trabalho, mas para incentivar seu autor à continuidade.

Um bom filme, por exemplo, não é aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando quietos para a tela, enquanto passam os créditos, desejando que não acabe?

Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos no colo, absortos e distantes, pensando que poderia não terminar?

Uma boa festa, um bom passeio, uma boa viagem, não é aquela que desejamos se prolongue, que nunca acabe?

É desta forma que, segundo Cortella, a vida de cada um também deve ser, afinal de contas, não nascemos prontos e acabados.

Ainda bem, pois estar plenamente satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.

Termina ele dizendo que somos seres de insatisfação, e precisamos alguma dose de ambição em nossas existências.

O animal satisfeito dorme, pois não tem objetivos de vida, não tem razão para sair do lugar.

O ser insatisfeito, sedento por melhorar-se, pára por pouco tempo, avalia-se, celebra e valoriza o que já conseguiu. Depois, segue em frente, rumo ao inexplorado.

* * *

A reencarnação e suas leis são um grande incentivo ao progresso.

Como se acomodar perante um horizonte sem limites?

Como parar de caminhar sabendo que muito nos aguarda à frente?

Como deixar de buscar o aprimoramento constante, se percebemos que quanto mais conseguimos, mais felicidade conquistamos?

Despertemos, aqueles de nós que ainda dormimos o sono da acomodação! M.E

O caderno infinito


Você já encontrou um caderno antigo com anotações suas?

É sempre um acontecimento curioso, pois nos remete a um determinado momento em nossa História que ficou ali, gravado.

O que estávamos sentindo, ou o que estávamos aprendendo, ou simplesmente anotações importantes naquele contexto temporal.

Porém, o mais comum é que, depois de preenchermos todas as folhas de um caderno, e aqueles escritos não nos interessarem mais, simplesmente o descartemos.

Em resumo: um caderno só pode ser utilizado uma vez. Como se ele só tivesse uma vida.

Isso, porém, não é mais verdade, graças à tecnologia que a cada dia nos traz novas surpresas.

Uma empresa norte-americana criou um caderno inteligente. Um caderno que não tem fim.

O rocketbook, como é chamado, utiliza uma tinta sensível ao calor e é controlado por um aplicativo. Basta colocá-lo por trinta segundos no microondas para que as anotações sejam apagadas do dispositivo.

Mas, podemos perguntar, de que adianta? Perde-se tudo? Não, de forma alguma. Antes de apagá-las, ele as converte em documento digital e as armazena em sistema de nuvem no aplicativo.

Genial. O caderno volta a ser novo, em branco, porém, tudo o que ele já recebeu de anotações está lá com ele.

* * *

Assim ocorre conosco, Espíritos imortais e com nossas diversas encarnações.

Cada vez que nascemos, nascemos caderno em branco. Temos chance de reescrever nossas histórias, de reescrever nossos caminhos, nos são dadas novas oportunidades.

Quanto mais belo for o conteúdo escrito nas folhas de nosso caderno, mais belo será o que levaremos para a nuvem, ao final da vida.

Nada que vivemos se perde. Todas as experiências, os aprendizados, as lembranças, os amores, os ódios, as dificuldades, ficam ali, armazenados.

Ao retornar para nova encarnação, o caderno estará em branco novamente, mas tudo que temos na nuvem nos influenciará sempre e, por vezes, nos fará lembrar das razões de estarmos aqui.

Algumas vezes teremos impressão desse caderno ser o primeiro, principalmente na infância, mas, quando algumas tendências começarem a surgir, sem explicação, nos diferenciando significativamente dos demais, perceberemos que já fizemos e guardamos anotações, em muitos cadernos antes deste.

Somos infinitos.

Tivemos um início que vai longe no tempo. Hoje, estamos iniciando um despertar que nos elevará para um novo patamar de consciência.

Estamos começando a ter condições de saber quem somos. Estamos começando a ter condições de saber aonde devemos chegar e por quê.

Só uma vida espiritualizada nos leva nesta direção. Só uma vida amorosa nos eleva acima dos problemas do mundo.

Mergulhados na matéria em que estamos, precisamos aprender a utilizá-la como instrumento, e não mais nos deixarmos ser dominados por ela.

O materialismo é invenção nossa, de nossos vícios. Ele nunca precisou existir. Então, agora que acordamos e entendemos, pensemos e atuemos como seres inteligentes e amorosos que somos.

Inteligência e amor sempre estiveram escritos na contracapa de nosso caderno infinito, como objetivos maiores de nossa vida. Nós é que nem sempre tivemos a curiosidade de olhar. M.E

Quando sofrer é útil



Qual a razão do sofrimento na Terra?

Não há filósofo que não tenha se debruçado sobre esta pergunta, a fim de buscar alguma resposta.

Não há nenhum de nós que, em um dia de sofrimento, não tenha voltado os olhos aos céus fazendo esta indagação.

Por que, afinal, o sofrimento?

A vida na Terra é um grande aprendizado.

Nenhum de nós foi convidado a retornar às lides terrenas sem esse objetivo maior.

Afinal, a maior lei da vida é o amor, asseverou Jesus, cabendo-nos, portanto, o seu exercício pleno.

Por isso tantas experiências nos acontecem. Por isso o suceder de vidas. Para que aprendamos a amar.

Estamos na Terra para exercitar esse sentimento.

Porém, cada um de nós tem a opção de escolher os caminhos e as maneiras de realizar esse aprendizado.

Escolhemos a estrada, a velocidade dos passos, aqueles que irão nos acompanhar.

E, para Deus, não importa como, por onde e com quem caminhamos.

Ele entende que todas as opções que fazemos, mesmo as mais equivocadas, ainda assim são lições preciosas para nossa alma.

Esse o motivo pelo qual nos permite livres escolhas na vida.

Naturalmente, por ser bom e justo, estabelece que arquemos com as consequências de nossas opções.

Opções difíceis, resultados problemáticos. Dores semeadas, dores colhidas.

Isso ocorre não por castigo, não por punição, mas para aprendizado.

Todas as dores que hoje encontramos em nossa estrada, são o resultado de ações anteriores.

São reflexos dos momentos em que agimos abrindo mão do amor.

E como optamos pelo não-amor, a vida nos oferece a dor como ferramenta de educação moral para alcançarmos o progresso.

Isso equivale a dizer que toda vez que o amor não for nossa opção, a dor nos chega.

Como mestra silenciosa, convida-nos à reflexão íntima, à análise profunda de nossa alma.

Carregamos crenças e valores, por vezes, dissonantes com a lei de amor.

Somos avaros, ciumentos, possessivos, até orgulhosos e vaidosos. Todos sentimentos que dificultam nosso progresso.

Se insistimos em sua manutenção, os planos da vida estabelecem caminhos de dor.

E, como terapia extrema de tratamento, ela vai nos conduzir à reflexão e análise, para que, amadurecidos, possamos modificar nossa postura.

Só assim podemos entender o valor do sofrimento. É útil sofrer quando a dor passa a ser entendida como grande mestra.

Se a dor desperta em nós a revolta, a amargura, a lição não foi bem compreendida.

É apenas convite amoroso de aprendizado.

E se nos chega violenta e avassaladora, é porque assim a semeamos, abrindo mão de amar.

Depois de um processo intenso de doença, muitos de nós nos tornamos mais dóceis.

Depois que a morte nos arranca dos braços um grande amor, tantos nos modificamos para melhor.

Na iminência da morte, muitos retificamos nossa atitude perante a vida.

Somos, então, aqueles que bem sofreram, que tornaram a dor nossa oportunidade de progresso.

Portanto, quando o sofrimento nos chegar, que o entendamos como convite bendito, que Deus envia aos Seus eleitos.

Pensemos nisso. M.E



Conta-se que um príncipe chinês se orgulhava de sua coleção de porcelana. Era muito rara e de procedência muito antiga. Tratava-se de doze pratos, de grande beleza artística e decorativa.

Certo dia, o empregado que realizava a limpeza teve um momento de descuido e deixou cair um dos pratos, que se espatifou ao chão.

O príncipe, ao saber do sucedido, ficou enfurecido. Gritou, esbravejou e sem piedade, condenou o serviçal à morte.

A notícia se espalhou por todo o império, qual um rastilho de pólvora. Os mais variados comentários se faziam ouvir e, naturalmente, a tônica geral era a impiedade do governante.

Afinal, por mais preciosa que fosse a peça, não passava de um prato.

E o serviçal era um ser humano, servidor leal de muitos anos. Como comparar-se uma e outro?

Às vésperas da execução do condenado, no entanto, apresentou-se um sábio no palácio. Já bastante idoso, afirmou ao príncipe que devolveria a ordem à coleção.

Sensibilizado, o governante mandou reunir toda a corte e, ansioso, ficou à espera do cumprimento da promessa pelo ancião.

O sábio compareceu, simples, frente à corte. Pediu que lhe trouxessem a coleção, inclusive os pedaços do prato quebrado.

Sobre uma mesa, estendeu uma toalha de linho muito branco e em cima dela dispôs os onze pratos.

Tomou dos pedaços da porcelana e também os estendeu sobre o linho.

Depois acercou-se da mesa e ante o assombro geral, em um gesto repentino, puxou a toalha com as porcelanas preciosas, jogando-as sobre o piso de mármore. Todas se arrebentaram.

Ante o pavor dos membros da corte e a ira do príncipe quase a explodir, o ancião falou sereno: "Conforme prometi, aí estão. Todos iguais. Agora, se desejais, podeis mandar matar-me.

Como estas porcelanas lhe são mais valiosas do que as vidas dos seus súditos, resolvi sacrificar minha vida a benefício daquelas.

Afinal, já vivi bastante. Sou muito idoso. Sacrifico-me em benefício dos que iriam morrer no futuro, cada vez que uma das peças fosse quebrada.

O que desejo é com minha vida salvar doze vidas, já que elas, no seu conceito, valem menos do que os pratos de porcelana."

O príncipe, passado o choque, entendeu a mensagem. Mandou libertar o serviçal condenado e também deixou ir livre o ancião, a ambos perdoando.

Nada há mais precioso do que a vida, particularmente a vida humana.

Quando a criatura amadurece, passa a compreender que embora os bens materiais devam ser preservados para a devida utilização, deve se valorizar muito mais os bens do Espírito.

E, entre esses, a oportunidade da existência na carne é dos mais preciosos, desde que através dela, o Espírito progride, experimentando reveses, provas, ocorrências diversas e conquistas.

* * *

O Espírito nasceu para o triunfo. As dificuldades que defronta, quando encarnado, fazem parte do seu aprendizado para alcançar a meta para a qual ruma, de forma inevitável: a perfeição.

É por isso mesmo que cada etapa vencida se constitui em patrimônio que enriquece o Espírito.

Cada dia, no corpo, é uma lição de vida que nos cabe aproveitar em totalidade. M.E